Dados do Trabalho
TÍTULO
Comportamento da continência urinária após cirurgia com faixa sintética (sling) em um Hospital terciário universitário - estudo retrospectivo
OBJETIVO
De acordo com a Sociedade Internacional de Continência, a incontinência urinária (IU) é atualmente definida como “toda perda involuntária de urina”, podendo trazer repercussões em diversos aspectos da qualidade de vida da mulher. Sendo a incontinência urinária de esforço (IUE) toda perda decorrente de esforço físico e/ou aumento da pressão abdominal, tais como, pular, correr ou tossir. Os desafios na compreensão da fisiopatologia da IUE levam a desafios terapêuticos que estão em atualização ao longo dos anos. Diante da indicação de correção cirúrgica, é essencial o diagnóstico correto, avaliação do risco de recidiva, de complicações e a experiência do cirurgião. Com objetivo de avaliar a eficácia terapêutica da cirurgia de sling de uretra média, realizamos um estudo retrospectivo dos casos operados.
MÉTODOS
Estudo descritivo, retrospectivo, realizado por meio da consulta de prontuários de mulheres submetidas à cirurgia de sling para tratamento de incontinência urinária de esforço com a inclusão de 282 pacientes submetidas à cirurgia no Setor de Cirurgia Ginecológica, área de Uroginecologia de um Hospital Terciário universitário entre os anos de 2014 e 2019. Foram consideradas totalmente curadas aquelas que apresentaram resolução satisfatória da IUE e que não necessitaram de intervenções adicionais após o procedimento cirúrgico (cura subjetiva).
Foram consideradas parcialmente curadas as que demonstraram melhora parcial da IUE, demandando avaliações terapêuticas adicionais, mas demonstraram satisfação com tratamento realizado e sem necessidade de novo procedimento cirúrgico para correção da IUE.
Foram consideradas como falha terapêutica as pacientes que apresentaram manutenção da queixa, sem melhora.
RESULTADOS
A taxa de cura subjetiva encontrada foi de 76,6%, cura parcial de 11% e falha terapêutica de 12,4%. Entre as pacientes submetidas ao procedimento de sling TO (192), a taxa de cura subjetiva foi de 81,2% (156), cura parcial foi de 8,9% (17) e a de falha de 9,9% (19). Para as submetidas ao sling RP (90), a taxa de cura subjetiva foi de 66,7% (60), cura parcial de 15,5% (14) e a taxa de falha foi de 17,8% (16).
CONCLUSÃO
A taxa de cura subjetiva das cirurgias de sling sintético realizadas no serviço de Uroginecologia do nosso Hospital estão compatíveis com as taxas encontradas na literatura científica. Não houve associação entre a falha terapêutica e status hormonal, HAS, Diabete mellitus, obesidade, etilismo out tabagismo.
PALAVRAS-CHAVE
Uroginecologia; incontinência urinária; sling de uretra média
Área
GINECOLOGIA - Uroginecologia
Autores
Julio Cesar Rosa-e-Silva, Raissa Jardelino Eloi, Helmer Herren, Pedro Sergio Magnani, Omero Benedicto Poli-Neto