61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

MOLA HIDATIFORME COMPLETA EM PACIENTE COM ÚTERO DIDELFO E SEPTO VAGINAL  CONTEXTO

CONTEXTO

O útero didelfo é uma malformação mulleriana rara que constitui um desafio para mulheres com desejo reprodutivo, pelo alto risco de infertilidade e abortamento. A associação com outras malformações no canal vaginal pode tornar o prognóstico ainda pior, dificultando o diagnóstico e propedêutica adequados. O presente caso objetiva expor a investigação e condução de uma primigesta portadora de útero didelfo e septo vaginal, com o diagnóstico pré-natal de mola hidatiforme completa, condições raras e de associação com poucos relatos na literatura, além de desfechos clínicos incertos.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente, 27 anos, nuligesta, com idade gestacional de 12 semanas e 4 dias pela data da última menstruação, apresentando sangramento transvaginal, intermitente, associado à dor pélvica de moderada intensidade. 
A avaliação laboratorial evidenciou um B-hCG de 72.079. O ultrassom constatou a presença de septo vaginal e útero didelfo, com o útero à direita discretamente aumentado (99,3 cm³) e eco endometrial homogêneo, medindo 1,4 cm, e o útero à esquerda (171 cm³), contendo material hipercóico com áreas anecóicas de permeio, sugerindo o diagnóstico de doença trofoblástica gestacional. 
Realizada histeroscopia diagnóstica com visualização de septo vaginal completo, dividindo a vagina em duas hemicavidades e dois colos uterinos, com hemiútero esquerdo apresentando lesão encapsulada, de aspecto heterogêneo, medindo 3cm, e hemiútero à direita, a presença de cavidade uterina de volume normal e endométrio descamativo.
Optado por aspiração manual intraútero à esquerda, com saída de material sugestivo de restos ovulares, e curetagem convencional à direita com cureta de Winter, com saída de material sugestivo de endométrio. O histopatológico constatou o diagnóstico de mola hidatiforme completa proveniente do hemiútero direito e restos deciduais do hemiútero esquerdo. 
Paciente foi encaminhada para acompanhamento ambulatorial semanal com redução dos níveis de B-hCG em 98,37% (1.176,55) em 8 dias após o procedimento.

COMENTÁRIOS

O caso relatado traz a associação de dois diagnósticos raros, com incidências difíceis de serem estabelecidas na literatura. Tal condição foi minuciosamente investigada através de exames laboratoriais, ultrassonografias e histeroscopia, demonstrando a complexidade diagnóstica e dificuldade de estabelecer uma conduta padronizada. A exposição do caso tem como objetivo compreender as particularidades dessas condições em conjunto, permitindo melhores desfechos para as pacientes

PALAVRAS-CHAVE

Mola hidatiformes; Utero didelfo; histeroscopia;

Área

OBSTETRÍCIA - Intercorrências cirúrgicas na gestação

Autores

Louise Martins Nunes, Luca Di Pace Pinheiro, Julia Melo Pereira, Elfie Tomaz Figueiredo, Laryssa Portela Ramos Magalhaes Rego