61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

Análise da prevalência de gestações com desfecho em óbitos fetais por causas infecciosas no Recôncavo Baiano

OBJETIVO

Analisar a prevalência de gestações com desfecho em óbitos fetais por causas infecciosas, em pacientes do interior da Bahia.

MÉTODOS

Estudo retrospectivo descritivo, realizado a partir da análise das fichas de investigação de óbitos fetais, registradas pelo Núcleo Regional de Saúde Leste - Regional Santo Antônio de Jesus-BA. Foram analisadas as causas mortis descritas nas 239 declarações de óbitos e fichas de investigação de 2010 a 2020. Os dados foram analisados no Statistical Package for Social Sciences (23.0).

RESULTADOS

Os dados revelaram que 11,7% (28/239) dos óbitos fetais analisados ocorreram por causas infecciosas, sendo a idade gestacional média dos defechos de 31 semanas (+6,56) variando de 20 a 41 semanas. Quanto às doenças diagnosticadas na gestação, notou-se que 21,4% (6/28) dessas gestantes receberam diagnóstico de sífilis, 64,3% (18/28) de infecções do trato urinário (ITU) e 3,6% (1/28) de infecção por citomegalovírus. Apenas 57,1% (16/28) pacientes realizaram antibioticoterapia durante a gestação, sendo que somente 50% (3/6) das diagnosticadas com sífilis e 77,7% (14/18)% das diagnosticadas com ITU foram tratadas. Na admissão para o trabalho de parto (TP), todas as pacientes realizaram VDRL e 12,5% (3/28) foram submetidas à antibioticoterapia. Sobre os óbitos fetais, 25,0% (7/28) tiveram sífilis como causa registrada, 53,6% (15/28) tiveram ITU, 3,6% (1/28) citomegalovírus, 7,1% (2/28) corioamnionite e 14,3% (4/28) por infecção não especificada. No que diz respeito à investigação acerca da evitabilidade do óbito, 92,3% (24/26) foram classificados como evitáveis e 7,7% (2/26) tiveram investigação inconclusiva quanto à evitabilidade.

CONCLUSÃO

A alta prevalência de óbitos fetais evitáveis que ocorreram por causas infecciosas destaca-se no presente estudo. Nota-se que há uma provável inconformidade no que se refere a adoção dos tratamentos necessários para assistir uma gestação com diagnóstico de doenças infectocontagiosas, o que justifica o considerável número de desfechos desfavoráveis. Ressalta-se a importância de estimular a testagem e o devido tratamento, como preconizado pelo Ministério da Saúde, para garantir a segurança do binômio mãe-feto.

PALAVRAS-CHAVE

Complicações Infecciosas na Gravidez; Óbito Fetal; Transmissão Vertical de Doenças Infecciosas.

Área

OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação

Autores

Marla Niag dos Santos Rocha, João Pedro Ferreira Pinho de Almeida, Ivana Karolina Sousa Santos, Juliana Gonçalves Dias, Rebeca da Luz Vitória, Fernanda dos Santos Cardoso, Rita de Cássia Oliveira de Carvalho Sauer, Sibele de Oliveira Tozetto Klein