61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

COBERTURA DE CITOPATOLÓGICO DE COLO DE ÚTERO EM PELOTAS DE 2014 A 2022

OBJETIVO

O rastreamento de câncer do colo uterino tem como população-alvo mulheres entre 25 e 64 anos e deve ser realizado a cada 3 anos após 2 exames negativos com intervalo anual. Sua implementação tem proporcionado diagnóstico precoce e redução da morbimortalidade pela doença, no entanto, o alvo de cobertura do exame citopatológico de colo de útero (CP) ainda é um desafio. O objetivo deste estudo é estimar a cobertura de CPs realizados de 2014 a 2022 na cidade de Pelotas/RS.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo descritivo observacional retrospectivo com dados dos CPs cadastrados no SISCAN do Rio Grande do Sul, no período de janeiro de 2014 a dezembro de 2022. A amostra selecionada inclui 88.704 exames prestados em Pelotas, analisados por “Ano de competência” e “Faixa etária”. Os dados utilizados são secundários, não nominais, de domínio público e assim, dispensam avaliação do Comité de Ética.

RESULTADOS

Nos últimos 9 anos, de 2014 a 2022, foram realizados 88.704 CPs em Pelotas, com uma média anual de 9.856. O ano de maior cobertura foi de 2014, com total de 14.066, e o de menor, 2020, com 4.432. A faixa etária de 45 a 49 anos foi mais rastreada (11,15%). 72.377 (81,60%) exames eram de mulheres entre 25 e 64 anos.

CONCLUSÃO

Considerando a população feminina de Pelotas, estima-se que as quantidades de CPs anuais deveriam ser em torno de 26.000 para uma cobertura de 80% da população-alvo, como recomenda a literatura. Contudo, nota-se apenas uma média de 9856 exames/ano no município, sendo cerca de 8040 entre a população-alvo. Assim, infere-se uma baixa cobertura de exames (30% da meta), o que destoa com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2019, que estimou a cobertura da região Sul em 84,8%.
Entre as limitações encontradas pelos autores ressalta-se o desconhecimento quanto a periodicidade dos exames, podendo haver mulheres superrastreadas, o que supervaloriza a estimativa de cobertura. Portanto, vale destacar a importância do preenchimento adequado e completo dos dados nas fichas de coleta do exame. Ainda assim, pôde-se extrair uma visão panorâmica da realização de CPs em Pelotas, apesar de contemplar apenas exames realizados pelo sistema público.
Ademais, a prevenção dessa neoplasia inclui também a vacinação contra o Papiloma Vírus Humano, associado a oncogênese do colo uterino, que é ofertada pelo Sistema Único de Saúde desde 2014. Entretanto, o impacto esperado será visto somente quando a população vacinada chegar à faixa etária de rastreio.

PALAVRAS-CHAVE

Exame Colpocitológico; Rastreamento; Neoplasias do Colo do Útero; Medicina Preventiva;

Área

GINECOLOGIA - Atenção Primária

Autores

Anna Beatriz Costa de Oliveira, André Luis Bartz Voigt, Luiza Rei Oliveira, Luize Costa Soncini, Pedro Henrique Evangelista Martinez, Guilherme Lucas de Oliveira Bicca, Celene Maria Longo da Silva