61º Congresso de Ginecologia e Obstetrícia da Febrasgo – CBGO 2023

Dados do Trabalho


TÍTULO

GEMELARIDADE IMPERFEITA COM PARAPAGUS DICEPHALUS: UM RELATO DE CASO

CONTEXTO

Gemelaridade imperfeita é caracterizada como por gestação monozigóticos, monocoriônicos e monoamnióticos unidos por alguma região de
seus corpos. A classificação se dá a partir da região fundida, sendo chamados de Parapagus dicephalus aqueles unidos lateralmente, pelo tronco, com duas cabeças.

DESCRIÇÃO DO(S) CASO(S) ou da SÉRIE DE CASOS

Paciente feminina, 23 anos, G2P1NA0, com diagnóstico ultrassonográfico de gestação gemelar monocoriônica monoamniótica de gêmeos unidos com pelve e sínfise púbica única, Parapagus Dicephalus (classificação D de Andrews). Internada com 26 semanas e 6 dias devido a trabalho de parto prematuro, para inibição e realização de corticoterapia para maturação pulmonar. Todavia, com 27 semanas e 5 dias houve progressão do trabalho de parto e foi optado por interrupção da gestação por cesárea, sem intercorrências. Ao nascimento, confirmado que os gêmeos eram ligados lateralmente com união das pelves e com sínfise púbica única. Presença de dois braços, um terceiro atrofiado e três pernas, uma delas hipoplásica entre os fetos. Além disso, havia apenas uma bexiga, hidronefrose, uma genitália masculina, um coração com câmaras anormais, fusão entre átrios e ventrículos, e o compartilhamento de parte dos pulmões. Evidenciado ainda polidramnia importante. O Apgar de nascimento foi 1/3, sendo constatado o óbito aproximadamente 05 horas após o nascimento.

COMENTÁRIOS

A gemelaridade imperfeita é rara, sendo a frequência 1/45.000-200.000 nascidos vivos. O diagnóstico ultrassonográfico exige acurácia técnica e pode ser sugerido em gestações monoamnióticas em que os fetos não mudam de posição e quando os pólos fetais estão intimamente ligados. Além disso, a presença de polidramnia também pode ocorrer em até 50% dos casos, como pôde ser visto no caso supracitado. A assistência ao parto deve ser realizada com apoio de equipe multidisciplinar, com experiência para possíveis complicações intraparto como dificuldade técnica na extração fetal, atonia uterina e aumento do risco de histerectomia puerperal. A idade gestacional ideal para o parto é controversa na literatura.

PALAVRAS-CHAVE

GEMELARIDADE IMPERFEITA; PARAPAGUS DICEPHALUS; GESTAÇÃO ALTO RISCO

Área

OBSTETRÍCIA - Gestação de alto risco

Autores

VIVIELLE VELOSO DE MOURA FE, NATHALIA SABOIA CAMPOS BROBON NOVIS NEVES, ANNA PAULA LAVOYER DE ARAUJO, ANNIE CAROLINE MAGALHAES SANTOS, GABRIELLE SILVA PINTO, MILENA YUMI COMETTI OZAKI, ADRIANA ZELENSKI