Dados do Trabalho
TÍTULO
ANÁLISE DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NA REGIÃO NORTE COM FOCO NO ESTADO DO AMAZONAS
OBJETIVO
Avaliar o número de casos de sífilis congênita na região norte do Brasil, comparativamente ao estado do Amazonas, nos últimos 5 anos (2017 a 2021).
MÉTODOS
Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo de caráter epidemiológico dos casos de sífilis congênita, nos últimos 5 anos (2017 a 2021), dos estados da região norte, baseado em pesquisa de dados provenientes do DATASUS/SISNAN, sendo utilizado como filtro: casos confirmados, faixa etária do Rn e da mãe, realização de pré-natal, escolaridade da mãe, raça/cor, casos confirmados por ano e unidade federativa. Conforme resolução 520/2016, e nos termos da lei 12.527/2011, o trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), por ser realizado com dados secundários.
RESULTADOS
A partir dos dados obtidos, foram notificados 9.468 casos de sífilis congênita (SC) na região Norte do país durante os anos de 2017 a 2021. Houve número maior nos anos de 2018 (2.235 casos) e 2019 (2.232 casos), essa predominância pode ser explicada pelo impacto da pandemia de COVID-19, visto que os anos de 2020 e 2021 somam apenas 2.780 diagnósticos. É notado que o diagnóstico de SC é feito principalmente em até 6 dias de vida do bebê (97,63%) especialmente nos anos de 2017 e 2018. O Amazonas detém mais de 30% de todas as notificações de SC, 2.877 casos. Há grande predominância da raça parda materna com 90,51% (2.604 casos) e apenas 1% de etnia indígena, o que pode indicar carência de cobertura do pré-natal nos povos nativos, pois o Amazonas possui a maior população indígena do Brasil , 126.6 mil indígenas segundo o IBGE 2022. Na cobertura de pré-natal no Amazonas, somente 69,06% afirmou ter realizado, enquanto a região Norte como todo 79,52% das gestantes afirmaram ter feito seguimento de pré-natal. No entanto, o DATASUS não informa o número de consultas oferecidas às gestantes, o que pode ser um viés já que um pré-natal de qualidade são no mínimo 6 consultas. Em relação a idade materna, no Amazonas, houve expressiva porcentagem de gestantes jovens 15-19 anos com 26,79% e entre 20 a 24 com 34,13% anos, o que infere a necessidade de ações governamentais para esse grupo de risco.
CONCLUSÃO
Diante do elencado, é notório que o Amazonas tem um papel no expressivo número de casos de Sífilis Congênita na região norte do Brasil e uma discrepância no que tange a cobertura do acompanhamento pré-natal, mostrando a necessidade de incentivar estratégias de rastreamento/diagnóstico precoce na gestante, pois reflete diretamente nos números apresentados.
PALAVRAS-CHAVE
Sífilis congênita; recém-nascido; gestação
Área
OBSTETRÍCIA - Doenças infecciosas na gestação
Autores
AMANDA DE FÁTIMA GURGEL MONTEIRO, ANA PAULA DE OLIVEIRA PINTO, LUISA TIEMI SOUZA TUDA, SANDRO ADRIANO DE SOUZA LIMA JUNIOR, LAZARA GABRIELA OLIVEIRA SILVA, MARIANA GUIMARAES DE OLIVEIRA CASTRO, SIBELE VIEIRA PEREIRA, PEDRO MONTEIRO NETO