Dados do Trabalho

TÍTULO

HANSENÍASE NA GESTAÇÃO: UM PANORAMA DA REGIÃO NORDESTE

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi investigar os casos notificados de hanseníase em gestantes na região nordeste nos anos de 2012 a 2022.

MÉTODOS

Estudo epidemiológico descritivo, de abordagem quantitativa, realizado por meio de um levantamento de dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde. Não foi necessária avaliação pelo Comitê de Ética em Pesquisa, uma vez que se tratam de dados de base populacional. Verificou-se as seguintes variáveis: casos por ano, unidade da federação (UF), idade, escolaridade, idade gestacional (IG), classificação operacional, forma clínica, modo de entrada, episódio reacional, tipo de saída.

RESULTADOS

Entre 2012 e 2022 foram notificados 985 casos de hanseníase em gestantes na região Nordeste, com maior prevalência no Maranhão (27,6%) e Pernambuco (21,7%). Quanto a idade e escolaridade, a maioria dos casos concentrou-se em gestantes entre 20 e 29 anos (29,2%) e com baixa escolaridade, sendo 36,9% com ensino fundamental incompleto e 7,0% analfabetas. 32,9% foram diagnosticadas no 2o trimestre de gestação e 22,9% no 3o trimestre, com 25% de notificações com IG ignorada. A classificação multibacilar foi a mais prevalente (60,6%) e a forma clínica dimorfa e tuberculoide preponderaram. Ademais, 81% eram casos novos da doença, com apenas 3,1% registrados como recidiva, e 40,4% apresentaram reação hansênica, sendo a maioria do tipo 1. Apenas 7 gestantes evoluíram com óbito, 9,6% abandonaram o tratamento e a grande maioria evoluiu com cura.

CONCLUSÃO

O perfil das gestantes com hanseníase na região nordeste é de mulheres adultas jovens, de baixa escolaridade, diagnosticadas com forma clínica dimorfa e baixa taxa de mortalidade. Embora esta população seja pequena frente à totalidade dos indivíduos com hanseníase, torna-se importante a disseminação de conhecimento e pesquisa nesta área, com vistas não só ao diagnóstico precoce, mas também nas medidas de planejamento familiar em mulheres em idade fértil diagnosticadas com hanseníase.

PALAVRAS-CHAVE

Hanseníase; Complicações Infecciosas na Gravidez; Epidemiologia